sexta-feira, 29 de dezembro de 2017


As vezes eu acordo e me sinto completamente estranha. Ainda sei quem sou mas é como se estivesse perdida sem saber o que fazer ou "se" fazer. Em minhas confusões penso em escrever, mas isso é algo que havia me proibido de fazer pelos próximos anos, porém como vê, falhei. Como em muitas outras coisas. Sempre que escrevo solto palavras, as vezes sem sentido, mas sempre pensando em quem vai ler. E agora ainda que a contra gosto imaginei você. O que é inapropriado porque, eu prometi a mim mesma que jamais escreveria pensando em você porque, eu jurava que palavra nenhuma poderia se quer imaginar o que você tornaria, mas como vê de novo falhei porque não se tornou nada.
Não importa, ainda estou aqui, viva, e enquanto houver vida, há uma bagunça. Sinto saudade de casa, minha verdadeira casa onde sou livre. Me acostumei a não ter um colo pra deitar, porque sempre quando mais precisei estive sozinha. Meu conforto sempre foram minhas memórias registradas aqui. Porém recentemente encontrei alguém que fizesse minha vida ter sentido, não se assuste ou se vanglorie porque não é você, posso até imaginar seu sorriso amarelo ou completo alívio ao ler este trecho, falo de Deus. Ele que sempre olhou por mim e jamais me abandou, o que me confortou e secou minhas lágrimas quando chorei confusa, o que segurou em minha mão e me deu outra chance, eu ainda não sei quem ele realmente é,  duvido que alguém no mundo saiba, mas sei que ele me ama incondicionalmente e para sempre não importando o que eu faça ou já tenha feito. Isso as vezes nos confunde. Porque como pode o amor permitir a dor, a perda e o fim? Queria ter essa resposta, ou na verdade não, queria apenas ser forte pra não questionar e confiar.
Eu me proibi de escrever porque eu me torno inconstante quando o faço, perco o controle e perguntas que me atormentam sempre amargam meu dia, um pequena dose de loucura diária. Não gosto disso, mas não posso controlar, assim como a vida e por isso assusta. Mas penso que pelo menos não é sobre aquela velha cólera, que está se dissipando, dessa vez de verdade. Não sei o porque mas aquela família tem algo que se impõe sobre mim e que não sei como explicar, não sei de onde vem, mas sempre trazem um desconforto enorme e uma angustia estranha, espero não tornar a vê-los, mas estou pronta para ignorar completamente a existência deles se nos esbarramos outra vez. Você, entretanto, nunca foi materializado, sempre foi algo como névoa, e não gosto de admitir misticismo, mas nunca soube de onde surgiu e porque apareceu, não falo na minha vida porque não nos conhecemos e nem quero e espero, que um dia isso aconteça, é só que, em uma noite depois de orar sonhei com você, talvez tenha orado alto demais e forças ocultas tenham me ouvido e resolvido brincar com a minha mente te colocando lá, muito a contra gosto porque você é o tipo que eu sempre tentei evitar, porque foi alguém parecido com você que quase pôs um fim a minha vida. Me desculpe por essa terrível comparação, com certeza é diferente, eu sei, mas, pelos olhos de qualquer mulher desavisada vocês seriam iguais, por fora apenas, seu coração eu insisto dizer que conheço, não sei como e nem porque e minha cabeça fica muito confusa com isso, mas seu coração é aquecido e é lindo e seus olhos brilham, eles são muito brilhantes sabia? E lindos também. E foi isso que aconteceu comigo, você névoa, ele cólera, Deus aqui e eu caminhando em frente pela primeira vez em toda a minha vida e me orgulho por estar aqui e por ter te encontrado ainda que só nos meus sonhos.

Hoje é véspera de natal e eu tive um pesadelo horrível e não sei nada sobre você, além de é claro, saber que esta em casa. Mas agora acho que só estaria em casa se estivesse comigo. Sem romantizar ou exagerar, essa ainda é só uma história sobre alguém que quase enlouqueceu, quase morreu e quase desistiu, mas que de alguma forma continuou porque ainda não encontrou o fim da linha.