As
vezes eu acordo e me sinto completamente estranha. Ainda sei quem sou mas é
como se estivesse perdida sem saber o que fazer ou "se" fazer. Em minhas
confusões penso em escrever, mas isso é algo que havia me proibido de fazer
pelos próximos anos, porém como vê, falhei. Como em muitas outras coisas.
Sempre que escrevo solto palavras, as vezes sem sentido, mas sempre pensando em
quem vai ler. E agora ainda que a contra gosto imaginei você. O que é
inapropriado porque, eu prometi a mim mesma que jamais escreveria pensando em
você porque, eu jurava que palavra nenhuma poderia se quer imaginar o que você
tornaria, mas como vê de novo falhei porque não se tornou nada.
Não
importa, ainda estou aqui, viva, e enquanto houver vida, há uma bagunça. Sinto
saudade de casa, minha verdadeira casa onde sou livre. Me acostumei a não ter
um colo pra deitar, porque sempre quando mais precisei estive sozinha. Meu
conforto sempre foram minhas memórias registradas aqui. Porém recentemente
encontrei alguém que fizesse minha vida ter sentido, não se assuste ou se
vanglorie porque não é você, posso até imaginar seu sorriso amarelo ou completo
alívio ao ler este trecho, falo de Deus. Ele que sempre olhou por mim e jamais
me abandou, o que me confortou e secou minhas lágrimas quando chorei confusa, o
que segurou em minha mão e me deu outra chance, eu ainda não sei quem ele
realmente é, duvido que alguém no mundo
saiba, mas sei que ele me ama incondicionalmente e para sempre não importando o
que eu faça ou já tenha feito. Isso as vezes nos confunde. Porque como pode o
amor permitir a dor, a perda e o fim? Queria ter essa resposta, ou na verdade
não, queria apenas ser forte pra não questionar e confiar.
Eu
me proibi de escrever porque eu me torno inconstante quando o faço, perco o controle
e perguntas que me atormentam sempre amargam meu dia, um pequena dose de
loucura diária. Não gosto disso, mas não posso controlar, assim como a vida e
por isso assusta. Mas penso que pelo menos não é sobre aquela velha cólera, que
está se dissipando, dessa vez de verdade. Não sei o porque mas aquela família
tem algo que se impõe sobre mim e que não sei como explicar, não sei de onde
vem, mas sempre trazem um desconforto enorme e uma angustia estranha, espero
não tornar a vê-los, mas estou pronta para ignorar completamente a existência
deles se nos esbarramos outra vez. Você, entretanto, nunca foi materializado,
sempre foi algo como névoa, e não gosto de admitir misticismo, mas nunca soube
de onde surgiu e porque apareceu, não falo na minha vida porque não nos
conhecemos e nem quero e espero, que um dia isso aconteça, é só que, em uma
noite depois de orar sonhei com você, talvez tenha orado alto demais e forças
ocultas tenham me ouvido e resolvido brincar com a minha mente te colocando lá,
muito a contra gosto porque você é o tipo que eu sempre tentei evitar, porque
foi alguém parecido com você que quase pôs um fim a minha vida. Me desculpe por
essa terrível comparação, com certeza é diferente, eu sei, mas, pelos olhos de
qualquer mulher desavisada vocês seriam iguais, por fora apenas, seu coração eu
insisto dizer que conheço, não sei como e nem porque e minha cabeça fica muito
confusa com isso, mas seu coração é aquecido e é lindo e seus olhos brilham,
eles são muito brilhantes sabia? E lindos também. E foi isso que aconteceu
comigo, você névoa, ele cólera, Deus aqui e eu caminhando em frente pela
primeira vez em toda a minha vida e me orgulho por estar aqui e por ter te
encontrado ainda que só nos meus sonhos.
Hoje
é véspera de natal e eu tive um pesadelo horrível e não sei nada sobre você,
além de é claro, saber que esta em casa. Mas agora acho que só estaria em casa
se estivesse comigo. Sem romantizar ou exagerar, essa ainda é só uma história
sobre alguém que quase enlouqueceu, quase morreu e quase desistiu, mas que de
alguma forma continuou porque ainda não encontrou o fim da linha.