segunda-feira, 26 de junho de 2017

16 again


É como voltar a ter 16 anos, quando eu estou aqui parece que nunca saí. Quando estava no táxi a caminho para casa madrugada a dentro, tive a sensação de nunca ter saído dele, de estar num constante retorno pra casa, aconteceu da mesma forma que todas as outras vezes e foi bom. Quando cheguei em casa, mais de mim tinha sido levado, perdi meu guarda-roupa, minha cama já esta fora do quarto e eu já sabia que eu não pertencia mais a minha casa, mas onde era meu lugar agora? Estar em casa me permitiu ser uma adolescente novamente, com hora pra chegar em casa e sair acompanhada pela mãe, ainda é horrível sentir-se controlado, mas eu sei que algum dia eu não vou ter isso mesmo desejando profundamente, então apenas entendi e aproveitei o que tinha. Ela não gosta que eu beba, mas custeou a noite, queria que eu ficasse feliz, mas eu só queria adormecer a dor que ele traz sempre, meu amor, nós acabamos tão mal, porque você não ficou? Eu realmente tentei entender porque você foi e porque você me deixou mas é tão difícil, eu sei que eu preciso aprender alguma coisa, mas o que? E porque eu ainda não aprendi? Eu sei que está feliz agora, sei que encontrou seu amor, mas eu sei também que quando me vê, dói, pouco mais dói e nós fingimos que não vemos um ao outro, mas nós sabemos, corremos do nosso passado, mas pra onde?  
Eu fiquei observando você enquanto falava, de longe quando não me via e senti um aperto no peito. E chorei e alguém tratou de cuidar de mim e de me proteger, bem aquele alguém que não gostava e meu peito doeu porque nessa noite não me levaria pra casa e dói mais quando penso que nunca mais vai levar. Eu já passei por todas as etapas, a do desespero das primeiras semanas, a da saudade, a da raiva, a do desejo de vingança, a da negação e a da aceitação, essa última bem recentemente e não pense que lhe quero mal algum, muito pelo contrário, quero que seja feliz, que ame como não pôde me amar e dê tudo que nunca me deu, eu quero que seja melhor do que o que foi, que seja bom e gentil e que se importe, porque eu te amo, como nunca saberei explicar e não tem a ver com beleza, porque fisicamente é comum, não tem a ver com reciprocidade porque sempre veio mais amor de mim e tampouco as mágoas que plantou em peito puderam apagar o que existe aqui, mas está tudo bem porque eu aprendi a carregar minha cruz e a levo com ternura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário